Deficiência de magnésio em pastagens: como identificar os sintomas?

Deficiência de magnésio em pastagens: como identificar os sintomas?

A deficiência de magnésio em pastagens é uma condição muito indesejada no campo, uma vez que os sintomas da falta desse nutriente não afetam apenas a produção das forrageiras, mas também podem ter impacto sobre a saúde animal. Veja a seguir como identificar os sintomas de magnésio em pastagens e como evitá-los!

Os impactos negativos da deficiência de magnésio em pastagens

O manejo eficiente da adubação com magnésio no campo é uma prática indispensável para manter a produção das pastagens e a saúde do rebanho animal, uma vez que os sintomas de deficiência desse nutriente podem comprometer toda a cadeia produtiva.

No artigo Solo saudável, pasto saudável, rebanho saudável – a abordagem equilibrada, o pesquisador Robin Boom afirma que a deficiência de magnésio em pastagens pode surgir primeiro no gado. antes de se tornar aparente nas plantas.

Assim, evitar que haja falta do magnésio no manejo nutricional dos pastos se torna um sério desafio a ser superado pelos pecuaristas. Mas, como a falta de magnésio afeta os animais?

Assim como os seres humanos, os animais apresentam diferentes exigência nutricionais para manter todas as suas funções vitais e isso não é diferente para o magnésio. O metabolismo normal do cálcio no gado, por exemplo, depende da ingestão adequada de magnésio.

Entretanto, quando existe um desequilíbrio entre a ingestão e excreção de magnésio pelo rebanho, os animais podem começar a apresentar uma série de desordens nutricionais conhecidas popularmente como a tetania das pastagens.

Os sintomas da tetania das pastagens incluem:

  • Tremores e espasmos musculares;
  • Inquietude e excitação;
  • Salivação excessiva;
  • Convulsões;
  • Cegueira.

Além dos impactos da deficiência de magnésio na saúde animal, a própria produção de forragem começa a ser comprometida com a progressão dos sintomas de deficiência de magnésio no campo.

Pastagens deficientes em magnésio tendem a apresentar um tamanho reduzido, com maior tendência de acamamento e um menor número de folhas por perfilho.

Tais sintomas são um reflexo da contribuição do magnésio para a assimilação de carbono em plantas C4, que, em síntese, são plantas que conseguem fixar o carbono de forma mais eficiente.

Na parte aérea das plantas, também é possível perceber regiões com uma coloração verde escuro, uma vez que o magnésio também está relacionado com a síntese do principal pigmento que dá a cor verde às plantas: a clorofila.

Já na região radicular das plantas, a deficiência de magnésio em pastagens também pode gerar um desenvolvimento anormal das raízes. Isso por sua vez promove o crescimento de uma quantidade exagerada de radicelas esbranquiçadas a partir de um determinado comprimento do sistema radicular.

É o que relatam Patrícia Perondi Anchão de Oliveira e outros pesquisadores, no estudo Guia de identificação de deficiências nutricionais em Brachiaria brizantha cv. Marandu.Deficiência de magnésio em pastagens: como identificar os sintomas?

Sintomas de deficiência de magnésio na espécie Brachiaria brizantha cv. marandu. (Fonte: OLIVEIRA et al.,2007)

Visto os diferentes impactos negativos da deficiência de magnésio para a saúde animal e a produção das forrageiras, como garantir um bom manejo do magnésio no campo?

O manejo do magnésio em pastagens

No momento de planejar a adubação com magnésio em pastagens, um dos principais aspectos a ser considerado é garantir a boa disponibilidade desse nutriente no solo para as plantas.

Diferentes práticas agrícolas, podem aumentar ou reduzir a disponibilidade do magnésio no solo, mesmo que doses adequadas desse nutriente sejam aplicadas periodicamente. São práticas como a correção do solo e a própria adubação.

No artigo Produtividade e Valor Nutritivo do Capim-Elefante cv. Napier sob Doses Crescentes de Nitrogênio e Potássio, Alex Carvalho Andrade e outros pesquisadores observaram que a adubação excessiva de potássio levou a redução dos teores de magnésio na fração lâmina foliar do capim-elefante.

Tal relação também se mostrou verdadeira quando existe um desequilíbrio entre os teores de cálcio e magnésio no solo.

Entretanto, também é possível observar o efeito oposto. A adubação com nitrogênio por exemplo, pode promover o aumento da concentração de magnésio nas plantas, assim como também a de outros nutrientes.

É o que relata o pesquisador Timothy P. Robinson, em uma revisão sobre práticas de prevenção da tetania das pastagens.

Dessa forma, saber evitar interações negativas e aproveitar as interações positivas entre os nutrientes no solo é uma prática chave para garantir uma boa disponibilidade de magnésio no solo.

Prática essa que pode ser alcançada, por exemplo, com o uso dos métodos adequados de análise do solo, uma vez que eles serão usados como base para as recomendações de correção e adubação.

A análise de solo está inclusa dentro da fase diagnóstico, sendo essencial, inclusive, para direcionar a criação de um plano para recuperação das pastagens.

Além disso, a escolha das fontes de magnésio também pode desempenhar um importante papel nessa relação.

Isso porque algumas características encontradas nos fertilizantes podem reduzir as perdas de magnésio por lixiviação e garantir um melhor equilíbrio entre a taxa de liberação dos fertilizantes e a taxa de absorção de magnésio pelas plantas.

É o caso da liberação progressiva de nutrientes e do efeito residual duradouro. Dessa maneira, há um favorecimento da disponibilidade desse nutriente no solo.

Com isso, o uso conjunto de diferentes boas práticas de manejo do magnésio no solo, como uso dos métodos adequados de análise do solo e a escolha assertiva dos fertilizantes, pode se tornar importantes ferramentas para mitigar os sintomas de eficiência de magnésio em pastagens.

A boa disponibilidade de magnésio para as pastagens vai muito além da adubação

Como mencionado anteriormente, é preciso ir muito além da adubação para garantir uma boa disponibilidade de magnésio para as pastagens e evitar os impactos negativos dos sintomas de deficiência na saúde animal e na produção das diferentes forrageiras.

Para isso, é preciso que o pecuarista esteja sempre na constante busca de práticas que favoreçam uma boa disponibilidade de magnésio no solo, seja através do uso dos métodos adequados de análise do solo, seja através da escolha assertiva dos fertilizantes para a sua espécie forrageira!

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