O magnésio está entre os nutrientes mais exigidos pelas plantas, sendo o quarto elemento mais absorvido pelas plantas de milho. Essa afirmação, feita por Leonardo Theodoro Bull no livro Cultura do milho – fatores que afetam a produtividade, revela que o magnésio desempenha diversos papéis importantes no milho. Mas, quais são eles? Descubra qual é a importância do magnésio na cultura do milho!
Qual a função do magnésio no milho?
O magnésio é considerado um importante macronutriente para as plantas, participando ativamente de diversos processos metabólicos e outras funções essenciais para o crescimento e produtividade das culturas agrícolas.
Desde a década de 50, estudos já relacionavam as aplicações de magnésio à melhoria da qualidade das sementes de milho e à produtividade da lavoura. Mas, por que isso acontece?
Uma das funções mais conhecidas é a sua participação como átomo central da molécula de clorofila, uma vez que até 25% do magnésio total das plantas está ligado a esse pigmento fotossintético.
Além disso, segundo o pesquisador António Pedro Tavares Guerra, o magnésio favorece a melhor utilização dos açúcares sintetizados pela planta. É o que ele menciona no material A importância do magnésio nas culturas hortícolas.
Tal benefício do magnésio na cultura do milho é o resultado da participação desse nutriente no transporte dos produtos dos órgãos fotossinteticamente ativos da planta para aqueles que se encontram em desenvolvimento, como as raízes e as espigas de milho.
Essa função de redistribuição também estabelece relações positivas com outros nutrientes do solo, como o fósforo. Durante o estágio de maturação do milho, por exemplo, o magnésio auxilia na absorção e redistribuição do fósforo para as sementes.
A interação positiva entre esses nutrientes é um resultado da participação do magnésio na ativação de enzimas quinases e de muitas reações envolvendo a transferência de fosfato. É o que explica o pesquisador V. D. Fageria, no artigo Nutrient interactions in crop plants.
Além disso, o magnésio também está envolvido com a ativação de outras enzimas, tendo uma participação direta na síntese de carboidratos e ácidos nucleicos.
Isso graças à sua atuação como coenzima na fixação de carbono e no metabolismo de transferência de energia, via adenosina trifosfato (ATP). Por isso, ele é considerado o maior ativador enzimático entre todos os nutrientes.
Visto, essas diferentes funções do magnésio na cultura do milho, o que acontece quando a nutrição mineral não é suficiente para suprir as necessidades da lavoura?
A deficiência de magnésio na cultura do milho e como corrigi-la
Segundo Luís Ignácio Prochnow, um dos autores do capítulo Boas práticas para uso eficiente de fertilizantes do livro Milho, a disponibilidade de magnésio ao longo do ciclo do milho é imprescindível para garantir o desempenho satisfatório da planta.
Isso porque a deficiência de magnésio em milho, principalmente na sua fase reprodutiva, pode comprometer seriamente a produtividade das plantas, influenciando negativamente:
- Na altura da planta e número total de folhas;
- Na massa seca da parte aérea e da raiz;
- No enchimento dos grãos;
- No diâmetro do colmo.
Dessa forma, a nutrição com magnésio na cultura do milho é imprescindível para evitar os efeitos negativos que a deficiência desse nutriente tem para a qualidade e produtividade da lavoura.
Nesse âmbito, o manejo nutricional desse nutriente no campo não começa com a aplicação de magnésio na lavoura, e sim com algumas práticas agrícolas que antecedem esse momento.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o magnésio está se tornando cada vez mais um fator limitante para o alcance de elevadas produtividades, visto o manejo adequado de práticas de correção do solo e da aplicação excessiva de outros nutrientes.
Por isso, a escolha da fonte mais adequada de magnésio deve ser tão bem pensada quanto as demais práticas de manejo no solo que podem interferir na absorção de magnésio pelas plantas e induzir à sua deficiência.
Como mencionado anteriormente, a eficiência da adubação com magnésio é dependente da sua disponibilidade ao longo do ciclo do milho. E isso pode ser alcançado ao se optar por fontes de magnésio de liberação progressiva de nutrientes e com longo efeito residual.
Os fertilizantes de liberação progressiva, como o próprio nome sugere, permitem que o tempo em que a planta tem para absorver os nutrientes seja estendido. Assim, o resultado é uma melhor sincronia entre a taxa de liberação dos nutrientes do fertilizante e a taxa de absorção de magnésio pelas plantas.
Já o efeito residual prolongado é outra característica que está presente em alguns fertilizantes, e que também permite ajustar os nutrientes às necessidades das plantas e ainda reduzir as perdas no sistema solo-planta-atmosfera.
Dessa maneira, graças a sua capacidade de construção da fertilidade do solo, os fertilizantes com longo efeito residual conseguem atender as necessidades nutricionais das culturas a longo prazo.
Adicionalmente, isso gera benefícios relacionados à economia com aplicações e à redução dos impactos ambientais causados pelas perdas de nutrientes no solo, como a contaminação do lençol freático.
O longo efeito residual dos fertilizantes contribui para o bom desenvolvimento das plantas.
Além disso, no contexto da adubação de sistemas, a escolha de fontes de magnésio de liberação progressiva de nutrientes e longo efeito residual ganha ainda mais destaque.
Isso porque, nos últimos anos, a agricultura brasileira vem passando pela expansão do cultivo do milho de segunda safra. E nem sempre essa cultura recebe todos os tratos culturais necessários, visto às restrições climáticas sazonais.
Dessa forma, a adubação com fontes magnésio adequadas pode garantir benefícios para a fertilidade do solo que vão impactar não apenas para a qualidade e produtividade da cultura do milho, mas como também para todas as culturas inclusas no sistema agrícola.
O manejo correto de fontes de magnésio na cultura do milho é indispensável para o sucesso da lavoura
Tendo em vista a importância do magnésio para os diversos processos metabólicos e outras funções essenciais para o crescimento, produtividade e qualidade do milho, o seu manejo correto na lavoura é indispensável para obter bons resultados.
Nesse sentido, dentre as boas práticas de adubação com magnésio, pode-se destacar o manejo correto de técnicas de correção do solo e outros nutrientes.
Além disso, a escolha de fontes de magnésio com liberação progressiva de nutrientes e longo efeito residual também pode ter um impacto positivo na nutrição com esse nutriente. Assim, o agricultor pode alcançar o máximo desempenho do magnésio na cultura do milho!