Quais são os sintomas de deficiência de magnésio no milho?

Quais são os sintomas de deficiência de magnésio no milho?

A ausência de teores adequados de magnésio no solo não é uma condição desejada nas lavouras de milho, uma vez que os sintomas de deficiência de magnésio levam ao comprometimento do desenvolvimento e produção das plantas. Conheça quais são esses sintomas de deficiência de magnésio no milho e como evitá-los!

Como identificar deficiência de magnésio no milho

Durante muito tempo, o magnésio foi considerado um “nutriente esquecido” no manejo da fertilidade do solo.

Entretanto, isso fez com que a falta desse nutriente se tornasse cada vez mais um fator limitante para o alcance de elevadas produtividades, já que ele está entre os principais nutrientes extraídos pela cultura do milho.

No estudo Diagnose nutricional de cultivares de milho (Zea mays L.) de diferentes níveis tecnológicos, por exemplo, a pesquisadora Carla Fernanda Ferreira observou que o magnésio é o 3º nutriente mais extraído para a maioria dos híbridos avaliados no primeiro ano de avaliação.

Essa grande demanda é um reflexo das diversas funções que o magnésio desempenha nas plantas, estando ligado ao processo de fotossíntese, à ativação enzimática e à nutrição das plantas, por exemplo.

Dessa forma, quando uma planta não tem uma nutrição adequada de magnésio, ela pode ter o comprometimento de todas essas diferentes funções desempenhadas por esse nutriente, levando, consequentemente, à redução do crescimento e produção das plantas de milho.

Quando as funções desempenhadas pelo magnésio são comprometidas, o milho pode apresentar diferentes sintomas de deficiência, que incluem:

1. Alterações na coloração das folhas

Um dos sintomas mais característicos de deficiência de magnésio nas plantas é a alteração na coloração das folhas.

Quando essa condição acomete as plantas, as folhas passam a apresentar listras esbranquiçadas paralelas às nervuras e, ocasionalmente, uma coloração avermelhada ao longo das margens.

Tanto as listras esbranquiçadas quanto a coloração avermelhada são um reflexo da degradação da clorofila das folhas. Essa substância é o principal pigmento fotossintético responsável pela cor verde das plantas e pela captação de luz solar.

Como o magnésio participa como molécula central desse pigmento, a ausência de teores adequados compromete a sua síntese e levam ao aparecimento da cor esbranquiçada.

Além disso, como as folhas também são compostas por outros pigmentos, como as antocianinas, a redução dos teores de clorofila leva ao aparecimento de outras cores, que são predominantemente avermelhadas.

Vale ressaltar que o local inicial da planta no qual surgem essas alterações é um importante indicativo para relacioná-las à deficiência de magnésio. No caso desse nutriente, eles geralmente se iniciam nas folhas mais velhas das plantas de milho.

Isso acontece porque o magnésio é um nutriente móvel no floema da planta. Assim, ela consegue remanejá-lo para os órgãos vegetativos mais novos em condições de baixa disponibilidade.

Assim, as regiões mais velhas das plantas acabam sendo as primeiras a apresentar essas diferentes alterações na coloração das folhas.

2. Redução do crescimento da planta

Também existem diversas evidências científicas demonstrando haver uma relação direta entre a deficiência de magnésio e a redução do crescimento das plantas.

E, no caso da cultura do milho, essa consequência da falta de magnésio no manejo nutricional se manifesta com a redução:

  • Da massa seca da parte aérea e da raiz;
  • Do número total de folhas;
  • Do diâmetro do colmo;
  • Da altura das plantas.

Tal redução está associada, principalmente, à participação do magnésio na incorporação de carbono nos tecidos vegetais como também na ativação de enzimas que melhoram a assimilação de CO2 na fotossíntese das plantas de metabolismo C4. É o caso, por exemplo, da PEP-carboxilose.

3. Comprometimento do enchimento de grãos

Por fim, um dos principais impactos da deficiência de magnésio no milho para a lavoura e, em consequência, para o agricultor está associado ao comprometimento do processo de enchimento de grãos.

Como o magnésio é um nutriente móvel no floema, ele contribui significativamente para o transporte de compostos dos tecidos ligados à fotossíntese das plantas para os órgãos drenos, a exemplo os grãos.

Assim, garantir uma boa nutrição de magnésio para o milho é imprescindível para evitar os impactos negativos que a deficiência desse nutriente pode trazer para o rendimento da cultura, seja pelo acúmulo de matéria seca, seja pela produção de grãos.

Mas, como realizar o manejo do magnésio na cultura do milho de maneira adequada?

O manejo do magnésio da cultura do milho

Segundo Luís Ignácio Prochnow, um dos autores do capítulo Boas práticas para uso eficiente de fertilizantes do livro Milho, a disponibilidade de magnésio ao longo do ciclo do milho é imprescindível para garantir o desempenho satisfatório da planta.

Para proporcionar o bom manejo do magnésio na cultura do milho, é preciso considerar que a absorção de nutrientes varia ao longo do ciclo da cultura e que cada estádio de desenvolvimento terá exigências diferentes de magnésio.

Por isso, a aplicação de fontes de magnésio de liberação progressiva e com longo efeito residual, como o K Forte®, por exemplo, são as mais recomendadas.

 

Fertilizantes de liberação progressiva favorecem a construção e manutenção da fertilidade do solo.

Além disso, como o magnésio também é um nutriente móvel no solo e depende da presença de água para ser absorvido pelas plantas, estratégias de manejo que visem aumentar a retenção de água e nutrientes no solo são imprescindíveis.

Para isso, o agricultor pode adotar técnicas como:

Tais práticas podem ser eficazes no favorecimento do desempenho das fontes de magnésio.

A escolha adequada de fontes de magnésio para o milho pode mitigar os sintomas de deficiência

Em resumo, o magnésio pode ser um fator limitante para o alcance de elevadas produtividades no milho, uma vez que esse nutriente está envolvido com diversas funções essenciais para o desenvolvimento e produtividade das lavouras.

Consequências essas que são um reflexo dos sintomas de deficiência de magnésio no milho, que incluem alterações na coloração das folhas, redução do crescimento das plantas e o comprometimento do enchimento de grãos de milho.

Assim, o agricultor deve sempre fazer o bom manejo do magnésio na sua lavoura, escolhendo os fertilizantes mais adequados e incorporando práticas que favoreçam o aumento da retenção de água e nutrientes no solo!

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