A pitaia, conhecida popularmente como fruta do dragão, é uma fruta exótica não convencional que possui um alto valor agregado, graças ao seu elevado potencial nutricional e sabores únicos. Entenda como essa planta de fácil cultivo e propagação vem conquistando o mercado nacional e internacional e qual o seu potencial na agricultura brasileira.
O potencial da pitaia no mercado
A pitaia é uma planta originária da América Central, e encontrada em diversas regiões do mundo. Ela foi introduzida recentemente no Brasil, na década de 90, com o seu cultivo concentrado no estado de São Paulo.
Segundo dados do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro, a comercialização da pitaia teve início apenas em 2005 e São Paulo continua sendo o estado de maior destaque, tanto pelo cultivo quanto pelo volume comercializado. Outros estados que também se destacam são:
- Santa Catarina;
- Minas Gerais;
- Pará.
Países como Estados Unidos e Europa apresentam um mercado com expressiva receptividade dos consumidores pela pitaia. (Fonte: Marissa Rodriguez – Unsplash)
No mercado, a pitaia geralmente é consumida in natura, mas já é possível ser encontrado no mercado diversos subprodutos derivados de seu processamento, como:
- Sorvetes;
- Geléias;
- Bebidas e sucos;
- Óleos da semente.
Além disso, da planta se consome quase tudo: além do fruto, os cladódios (nome do caule modificado para maior armazenamento de água presente na família das cactáceas) como também as flores que são utilizadas como alimentos não convencionais
Segundo o Canal Rural, a sua aparência, textura, sabor e o seu elevado potencial nutricional garantem a sua boa valorização no mercado: o preço do quilo da pitaia pode chegar ao consumidor final a quase R$50,00.
A pitaia pode ser considerada uma superfruta, devido a quantidade de vitaminas B, C e E, além de minerais, como ferro, cobre e zinco. Também possui propriedades antioxidantes pela presença de compostos fenólicos e betalaínas.
Desta forma, essa capacidade antioxidante preserva as células do organismo, combatendo os radicais livres. Isso resulta em uma série de benefícios para a saúde como atividades anticâncer, cardiovasculares entre outras.
Como, então, é feito o cultivo dessa fruta com tanto potencial no mercado?
O cultivo da pitaia
Da família das cactáceas, a pitaia é uma planta que apresenta certa rusticidade e tolerância a condições adversas como seca, salinidade e frio. Entretanto, é quando ela é cultivada nas condições ideais de clima, solo e umidade que vai expressar seu máximo potencial produtivo.
A safra da pitaia pode durar até 8 meses dependendo do local de cultivo, com a produção concentrada entre os meses de dezembro a maio. Além disso, a cultura pode levar até 5 anos para atingir seu máximo potencial produtivo, quando alcança a média de 10 a 30 toneladas por hectare, dependendo da técnica de cultivo e condições edafoclimáticas (clima, tipo de solo, temperatura, a umidade do ar, quantidade de chuvas, etc.).
Os frutos da pitaia apresentam um peso médio de 200 a 600 gramas, mas podem chegar até a 1 quilo. Na foto um exemplar da espécie Selenecereus megalanthus.(Fonte: David Brooke Martin – Unsplash)
Dentre as principais espécies cultivadas no mundo destacam-se:
- Hylocereus undatus (casca rosa e polpa branca): 71,5 %;
- Hylocereus costariensis (casca e polpa vermelhas): 20,75%;
- Selenecereus megalanthus (casca amarela e polpa branca): 7,8%.
Por ser uma planta com hábito de crescimento trepador, geralmente a pitaia é plantada e conduzida em algum tipo de apoio, como um mourão. As condições ideais para o cultivo da espécie são:
- Solo: bem drenado, levemente ácido e com um percentual alto de matéria orgânica de cerca de 7%;
- Temperatura: entre 18 a 26 °C;
- Precipitação: 1200 a 1500 mm/ano.
Com dois anos após o plantio, a cultura já garante retorno financeiro total do investimento. Em uma plantação de 1 hectare conduzida no Mato Grosso, com 1111 plantas, considerando os custos de insumos, de cerca de 47 mil reais investidos obteve-se um retorno acumulado de quase 50 mil reais.
Além disso, é possível obter uma expansão rápida da área plantada, já que o método de propagação da cultura é por estacas. Por necessitar de podas após a frutificação das plantas, os cladódios podem ser utilizados como mudas.
Cladódios enraizados de pitaia vermelha de polpa braca (Hylocereus undatus (Haw) Britton & Rose). Nos estudos conduzidos pelos autores, é indicado o uso de cladódios de 15cm e 25cm para formação de mudas. (Fonte: MARQUES et al, 2011)
Outro destaque para o cultivo de pitaia é a possibilidade de consorciação com outras culturas, como com a melancia. Isso garante uma renda diversificada ao agricultor, que consegue otimizar ainda mais o uso da sua área.
Assim, quais são as perspectivas do cultivo para os agricultores que desejem investir na produção de pitaia?
O investimento na produção de pitaia vale a pena?
Apesar do cultivo da pitaia ser relativamente novo no Brasil e as informações sobre a condução e manejo dessa cultura ainda não estarem muito bem definidas, a rusticidade da espécie atrelada ao seu alto valor agregado no mercado são muito atrativos ao agricultor.
Ressalta-se ainda que, mesmo em culturas recentemente exploradas no país, como é o caso da pitaia, é de importante valia garantir o uso de adubação com fontes sustentáveis com nutrientes adequados, como o KFORTE®.
Assim o agricultor traz benefícios ao seu cultivo aliando produtividade a uma cultura que tem expectativa de produção e renda de 15 a 20 anos.