Desde a década de 80, os Sistemas Integrados de Produção Agrossilvipastoril (ILPF) já são uma realidade no Brasil. O ILPF é um sistema que permite a integração da agricultura, silvicultura e pecuária dentro de uma mesma área de forma a diversificar e agregar um maior valor à produção. Mas, é possível alcançar uma alta produtividade das culturas e um bom desempenho animal dentro desse sistema?
Para falar sobre esse assunto e responder a essa pergunta, o Engenheiro Agrônomo e consultor especialista em alta produtividade florestal e sistemas integrados de alta performance com foco em uso múltiplo, Pedro Francio Filho, participou do “Encontro com Gigantes – Nutrição, correção e bioativação de Solos: Silvicultura e ILPF de alta produtividade – Metodologias inovadoras mostrando a ciência na prática em todas as regiões do país e no exterior.”.
O evento foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte®, K Forte Boro e Silício Forte, no dia 18 de agosto de 2022.
Você pode conferir a conversa, mediada por Ana Clara, na íntegra pelo link:
O que é o Sistema Integrado de Produção Agrossilvipastoril (ILPF)?
O Sistema Integrado de Produção Agrossilvipastoril (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades.
Segundo o Engenheiro Agrônomo Pedro Francio, o sucesso desse sistema pode ser alcançado ao se fazer um acompanhamento criterioso de toda a sequência operacional, que vai desde a análise e correção do solo à condução adequada das plantas e dos animais.
Apesar de existirem diferentes etapas dentro da cadeia produtiva, Pedro Francio destaca que aquela que vai fornecer toda a base que sustentará o sistema de produção é o trabalho adequado da química, física e biologia do solo:
“Nós, agricultores, somos produtores de raiz. É muito importante ter isso em mente, de que nós trabalhamos com produção de raiz, já que o que vem para cima, acaba sendo resultado do que você faz para baixo.”
Dessa forma, durante a fase de análise do solo, ele recomenda que sejam feitas amostragens estratificadas da área com equipamentos adequados, usando sempre baldes plásticos limpos e identificados.
Nessa etapa, também é importante sempre solicitar a avaliação dos seguintes indicadores:
- Propriedades químicas: matéria orgânica, pH, teor de alumínio (Al+), macronutrientes, micronutrientes, capacidade de troca catiônica (CTC) do solo;
- Propriedades físicas: textura, densidade e capacidade de retenção de água;
- Propriedades biológicas: diversidade, biomassa e atividade microbiana.
Além disso, também é muito relevante que o agricultor defina a metodologia que será empregada para análise das amostras e, posteriormente, para recomendação dos diferentes insumos que serão aplicados na área.
Uma das metodologias mais usadas por Pedro Francio é a chamado Equilíbrio de Bases ou o Método Albrecht, que preconiza o equilíbrio químico entre alguns dos macronutrientes do solo: o cálcio, o magnésio e o potássio.
Entretanto, esse equilíbrio químico deve ser buscado não apenas entre os macronutrientes, mas como também entre todos os nutrientes do solo:
“Quando vamos corrigir um sistema, nós não devemos trabalhar somente com NPK, já que existem 16 elementos essenciais para a planta, além do carbono, hidrogênio e o oxigênio. Ao manejar corretamente todos esses nutrientes e corrigir adequadamente o solo, você consegue potencializar, inclusive, a utilização de outros nutrientes que já estão no solo”, ressaltou o Pedro.
Com um solo bem trabalhado, o agricultor terá a oportunidade de extrair o máximo potencial produtivo de todos os elementos que vão compor o seu sistema ILPF.
Mas, quais os benefícios e desafios para adoção desse sistema nas propriedades?
Quais os benefícios do sistema ILPF?
Um dos principais benefícios do sistema ILPF está centrado na diversificação da produção das propriedades rurais, gerando mais renda para o agricultor e ainda proporcionando a mitigação da emissão dos gases do efeito estufa.
A adoção desse tipo de sistema tem melhorado a exploração econômica do setor agropecuário, uma vez que dentro de uma mesma área serão inclusas diversas culturas atreladas à produção animal.
Entretanto, Pedro Francio destacou que é sempre importante que o agricultor saiba qual o seu objetivo com o projeto agrossilvipastoril.
O objetivo do projeto agrossilvipastoril irá orientar a escolha das melhores cultivares e matrizes de rebanho que irão compor o sistema ILPF, assim como a distribuição espacial que mais potencialize a produção de cada componente.
Além disso, ele apontou que é muito importante atentar para que seja estabelecida uma boa comunicação no campo, já que esse fator por si só é considerado um dos maiores gargalos de produção:
“É muito importante falar a mesma língua com todos, especialmente com os colaboradores, porque assim você vai ter resultado no campo. A silvicultura de alta produtividade, assim como todos os demais sistemas de produção no campo, é a soma de acertos.”
Em conclusão, Pedro Francio afirmou que é possível alcançar a alta produtividade em sistemas silviculturais e de ILPF, desde que haja uma junção da ciência com a experiência do campo e a constante busca por novas referências técnicas.
Para entender mais sobre como o sistema integrado de produção pode trazer resultados promissores, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!
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