Você já observou o baixeiro da soja apresentando folhas com regiões amareladas entre as nervuras? Saiba que esse pode ser um sintoma típico de deficiência de magnésio em plantas. Entenda mais sobre como identificar esse e outros sintomas de deficiência de magnésio na soja e como evitá-los!
Os sintomas de deficiência de magnésio na soja
A falta de magnésio no manejo nutricional das plantas pode provocar o surgimento de uma série de sintomas e prejudicar seriamente o desenvolvimento e a produtividade das culturas. Isso não é diferente na cultura da soja.
Durante a fase de enchimento de grãos da soja, os sintomas de deficiência de magnésio podem ser uma realidade para muitos agricultores caso não haja um bom manejo desse nutriente no solo.
Isso pode ocorrer principalmente em condições de estresse hídrico e com o solo apresentando elevada acidez, baixos teores de matéria orgânica e baixa capacidade de troca catiônica (CTC).
Plantas de soja com deficiência de magnésio tendem a apresentar uma menor produtividade e qualidade dos grãos.
Tal fato ocorre porque o magnésio está associado à função de transporte de compostos dos tecidos ligados à fotossíntese das plantas para os órgãos drenos, a exemplo dos grãos.
Além disso, esse nutriente também está envolvido nos processos de formação de óleos em sementes oleaginosas.
Inclusive, como esse nutriente está relacionado com a ativação de enzimas ligadas à síntese de proteínas, as plantas deficientes em magnésio tendem a apresentar uma maior relação N-solúvel/N-proteico (nitrogênio-solúvel/nitrogênio proteico).
É o que afirmam os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nesses casos em que os sintomas de deficiência ainda não são aparentes nas plantas de soja, e existe apenas o comprometimento da produtividade da lavoura e metabolismo das plantas, atribui-se a essa condição o nome “fome oculta”.
Entretanto, somente quando a soja começa a apresentar um padrão amarelado entre as nervuras das suas folhas mais velhas, também conhecido como “clorose internerval”, é que geralmente se dá o diagnóstico de deficiência de magnésio no campo.
Esse padrão sintomático está relacionado com a participação do magnésio da formação do pigmento fotossintético responsável pela cor verde das plantas e pela captação da luz solar: a clorofila.
Sendo que a manutenção da coloração verde das nervuras das folhas, uma adaptação das plantas que busca preservar por mais tempo a clorofila presente nas células dos feixes vasculares. É o que explicam Lincoln Taiz e Eduardo Zeiger, autores do livro Plant Physiology.
Já a presença desses sintomas inicialmente nas folhas do baixeiro da soja, é decorrente da mobilidade do magnésio no floema, o que permite que a planta realoque esse nutriente para os órgãos mais jovens das plantas em condições de baixa disponibilidade de magnésio no solo.
Mesmo assim, os sintomas de deficiência podem evoluir para o terço médio e superior das plantas em casos mais graves, principalmente quando existe um desequilíbrio de nutrientes no solo, especialmente entre o cálcio, o magnésio e o potássio.
Nessas condições mais graves de deficiência, as folhas também podem apresentar necrose e a curvatura para baixo do limbo foliar, havendo um bronzeamento de toda a superfície da folha.
Em entrevista a equipe Mais Soja, o doutor em Solos e Nutrição de Plantas e coordenador técnico/científico do GAPE Eduardo Zavaschi afirmou que:
“Muitas vezes apesar de existir quantidade de magnésio suficiente para atender as exigências das culturas, o fato de estar desbalanceado em relação a cálcio e principalmente potássio, pode levar a uma menor absorção de magnésio pelas plantas, levando as mesmas a terem deficiência deste nutriente em seus tecidos. Este desequilíbrio na absorção pelas plantas, com relação ao potássio, deve-se aos aportes anuais de potássio via adubações com Cloreto de Potássio (KCl), que é um fertilizante muito solúvel”.
Nem sempre os fertilizantes muito solúveis em água, podem ser a melhor escolha para a sua lavoura.
Segundo a Embrapa, outro novo padrão sintomático nas folhas tem sido relatado nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás, e nas áreas de expansão da cultura da soja, como norte do Rio de Janeiro e em Sergipe.
Nessas regiões, tem sido relatado a presença da clorose internerval nas folhas, mas com a manutenção da coloração verde nos bordos foliares. Sendo esse padrão sintomático também relacionado a uma combinação de fatores relacionados ao desequilíbrio de nutrientes no solo.
Além das folhas, outras regiões das plantas podem ser afetadas dependendo do estágio de desenvolvimento da soja. É o que acontece quando a deficiência de magnésio se manifesta em estádios mais avançados de crescimento da soja, por exemplo, causando uma aparência de maturação antecipada.
É o que afirma Clóvis Manuel Borkert e outros pesquisadores, no arquivo do agrônomo nº 5 da POTAFOS Seja o doutor da sua soja.
Como, então, é possível evitar os sintomas de deficiência de magnésio nas plantas?
A adubação com magnésio na soja
Segundo os pesquisadores A. Gransee e H. Führs, do artigo Magnesium mobility in soils as a challenge for soil and plant analysis, magnesium fertilization and root uptake under adverse growth conditions, a clorose parece ser a resposta tardia à deficiência de magnésio.
Por isso, é essencial que o agricultor identifique antecipadamente as condições de fertilidade do solo, antes mesmo do surgimento dos sintomas de deficiência de magnésio na soja.
Uma vez identificado baixos teores de magnésio no solo ou nas plantas, é recomendado que o agricultor busque por fertilizantes que favoreçam o equilíbrio entre os nutrientes no solo e mitiguem as perdas de magnésio por lixiviação, já que esse nutriente é bastante móvel no perfil do solo.
Sendo que ambas características podem ser encontradas em fontes de magnésio de liberação progressiva e com longo efeito residual, como o K Forte®.
Além disso, é importante que ele busque incorporar essas fontes de magnésio no solo, uma vez que o processo de interceptação radicular dos nutrientes realizados pelas plantas contribui significativamente para a absorção desse nutriente.
Dessa forma, o uso de boas fontes de magnésio para as plantas associados à aplicação eficiente dos fertilizantes na lavoura pode evitar a deficiência de magnésio trazer resultados muito positivos para a qualidade e produtividade da soja!
Conhecer os sintomas de deficiência de magnésio na soja é o primeiro passo para evitá-los
Assim, não somente o entendimento da importância do magnésio na soja, mas também a compreensão de quais são as consequências da deficiência desse nutriente nessa cultura são importantes para que o agricultor passe a realizar um manejo mais eficiente do magnésio na lavoura.
Entre as ações para isso, está a incorporação do uso de fertilizantes adequados, que serão uma boa fonte de magnésio para a soja. Assim, os sintomas de deficiência de magnésio na soja podem ser evitados!