Entenda porque o manejo é o segredo para a rentabilidade da lavoura de milho

Entenda porque o manejo é o segredo para a rentabilidade da lavoura de milho

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Você sabia que, em média, 80 sacas de milho se perdem devido ao manejo incorreto das lavouras? Parte dessa perda é uma consequência direta do baixo entendimento da ecofisiologia da cultura e os diferentes fatores que afetam o potencial de produtividade e a rentabilidade da lavoura de milho.

Para falar sobre o assunto, a Verde convidou o Doutor em Agronomia, Professor Adjunto na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Professor Visitante na Universidade Nacional de Entre Ríos, Dr. Alencar Junior Zanon, para o “Encontro com Gigantes – Milho: o segredo para a rentabilidade está no manejo”.

O evento foi promovido pela Verde, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte® e Silício Forte, no dia 23 de setembro de 2021.

Você pode conferir a conversa, mediada por Rodrigo Mac Leod, na íntegra pelo link:

 

A produção de milho no Brasil

No Brasil, a expansão da produção de milho está muito voltada para dois principais sistemas de produção: a verticalização e a horizontalização.

A verticalização consiste no aumento da produção por unidade de área, enquanto a horizontalização visa o aumento da área a ser cultiva. Entretanto, nenhum desses dois sistemas de produção está alcançando êxito frente à crescente demanda mundial por alimentos.

De acordo como o Dr. Alencar Junior, os principais países produtores de grãos do mundo que adotaram a verticalização estão com a produção estagnada já há 20 ou 30 anos e aqueles que adotaram o horizontalização estão afetando severamente o clima:

“A expansão horizontal não é o melhor caminho a ser seguido, porque ela vai alterar áreas onde a mudança do uso da terra vai afetar diretamente o clima. E essa alteração não vai só afetar a região que está ocorrendo esse processo, mas também em outras partes do Brasil e do mundo.”

Como, então, cobrir a lacuna de produtividade de milho no Brasil, que tem potencial para atingir 12,1 toneladas por hectare de milho de 1ª safra e 9,3 toneladas por hectare de milho de 2ª safra em sistemas de cultivo não irrigados?

O professor Alencar Junior explicou que a resposta pode estar na sustentabilidade, por meio do maior entendimento dos agricultores sobre a ecofisiologia da cultura do milho e dos diferentes fatores que afetam o potencial de produtividade a campo.

Mas, o que é o potencial produtivo do milho e como ele é afetado por esses diferentes fatores?

O que é potencial produtivo?

O potencial de produtividade pode ser entendido como o máximo rendimento de grãos obtidos em uma lavoura, quando não existem problemas com insetos, plantas daninhas, doenças, nutrição e disponibilidade hídrica.

Num sistema produtivo, o Dr. Alencar Junior indicou que os valores que trazem maior retorno econômico e maior sustentabilidade para o agricultor estão entre 70 e 85% do potencial de produtividade. E ele ressalta a importância desse conhecimento para a rentabilidade do agronegócio:

“Nós temos que saber qual é o potencial produtivo da nossa lavoura para sabermos o quanto nós podemos investir em energia e insumos. Caso contrário, podemos ter menor eficiência, maior custo e até mesmo uma menor produtividade.”

O professor Alencar Junior fez uma analogia de observarmos a lavoura como uma fábrica, em que o objetivo deve ser fazê-la funcionar a maior parte do tempo sem estresses. Esses estresses são os três principais fatores que podem afetar o potencial produtivo da lavoura de milho, sendo eles:

  • Fatores que definem o potencial produtivo: CO2, radiação solar, temperatura e genética;
  • Fatores que limitam o potencial produtivo: água e nutrientes;
  • Fatores que reduzem o potencial produtivo: insetos, doenças e plantas daninhas.

Pensando em todos os fatores que definem o potencial de produtividade, o Dr. Alencar Junior ressaltou que os agricultores devem estar muito atentos à genética, porque esse é o principal fator que pode ser alterado.

Os demais fatores vão depender principalmente do manejo. Segundo o Dr. Alencar, ele será responsável por sincronizar o ciclo do milho ao período que forneça as melhores condições e menores limitações climáticas para a cultura, além de mitigar os efeitos dos fatores que podem reduzir o potencial produtivo do milho:

“Na época de semeadura é preciso posicionar a lavoura de milho em um período que tenha um menor estresse, seja por altas temperaturas, baixa radiação solar e, principalmente, posicionar a fase de florescimento e enchimento de grãos no momento de menor probabilidade de ocorrência de deficiência hídrica.”

E como realizar um bom manejo da cultura do milho?

Dicas para um bom manejo da cultura do milho

O manejo da cultura do milho começa com a avaliação do zoneamento agrícola de risco climático da região (ZARC), ou seja, com o entendimento do local onde será plantada a lavoura e os seus fatores climáticos limitantes.

 

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Alguns nutrientes podem fazer a diferença na hora de enfrentar mudanças de temperatura e estresse hídrico.

O Dr. Alencar Junior recomendou que, com base no ZARC, o agricultor busque por cultivares mais estáveis para condições ambientais desfavoráveis e cultivares mais adaptados para ambientes mais favoráveis e destacou:

“Os agricultores que estão tendo as melhores produtividades carregam em comum a pesquisa on farm, ou seja, dentro da propriedade. O agricultor precisa saber qual a melhor cultivar de milho para a sua lavoura fazendo os ensaios de cultivares. Essa é a melhor forma de nós alterarmos o nosso potencial de produtividade.”

Para entender a condição da lavoura, o professor Alencar Junior relatou alguns parâmetros de referência, que vem sendo alcançados em lavouras com uma produtividade média de 18 toneladas de milho por hectare:

  • Densidade de plantio: 100 mil plantas por hectare;
  • Fileiras por espiga: 14;
  • Grãos por espiga 530;
  • Massa de mil grãos: 400g.

Esse elevado patamar produtivo foi alcançado graças a evolução das técnicas de manejo agrícola e das próprias cultivares. Entretanto, isso também trouxe novos desafios para os agricultores, principalmente relacionados a nutrição vegetal.

Os desafios do manejo da adubação em milho

O Dr. Alencar Junior ressaltou que os materiais mais modernos de milho vêm mostrando uma alteração na marcha de absorção de macronutrientes e micronutrientes pela planta e que o agricultor deve se atentar esse aspecto para adequar a nutrição vegetal a essa marcha:

“Materiais modernos de milho com maior potencial de produtividade eles exigem e absorvem uma quantidade significativa de nutrientes após o R1, que é o estágio de embonecamento do milho. Então, é preciso ter estratégias de manejo para atender a demanda da cultura.”

Além disso, Dr. Alencar Junior concluiu que o máximo lucro e sustentabilidade nas lavouras de milho são alcançados quando existe um equilíbrio na relação entre genética, ambiente, manejo e agricultor.

Para entender mais sobre o manejo rentável do milho, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!

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