22-01-2021_Entenda a importância dos fungos benéficos para a agricultura e para o meio ambiente

Entenda a importância dos fungos benéficos para a agricultura e para o meio ambiente

Os fungos são mais importantes do que podemos imaginar, inclusive para a agricultura e para o meio ambiente. É isso que defende o biólogo Dr. Merlin Sheldrake no livro Entangled Life: How Fungi Make Our Worlds, Change Our Minds and Shape Our Futures.

Merlin falou sobre o assunto para a revista Beshara Magazine, lembrando como é essencial conhecer e preservar esses organismos.

Fungos: organismos essenciais para a vida, mas ainda pouco conhecidos

Apesar de serem organismos complexos e essenciais para a vida e para o crescimento vegetal, os fungos ainda são, em grande parte, desconhecidos pela humanidade. Segundo o Dr. Sheldrake, estima-se que existam de 2,2 a 3,8 milhões de espécies de fungos no planeta. Entretanto, cerca de 90% ainda não foram catalogadas pelos pesquisadores.

Em seu livro, o biólogo fala sobre como esse reino biológico tem ganhado a atenção da ciência nos últimos anos, traçando inclusive paralelos entre a intrincada rede de conexões vivas que formam o que chamamos de micélio e a sociedade atual, cada vez mais conectada.

Entenda a importância dos fungos para a agricultura e para o meio-ambiente

O micélio é a parte vegetativa dos fungos, formado por uma rede de conexões constituídas por hifas

Uma analogia utilizada para se referir aos fungos e que encontra um paralelo na sociedade atual é a da rede. Nos anos 90, foi cunhada a expressão wood wide web, algo como grande rede florestal, para se referir às relações de simbiose entre fungos e as árvores das florestas. Essa expressão é parecida com a world wide web, a rede mundial de computadores da internet que também liga os seres humanos pelo mundo.

Sheldrake chama a atenção para a importância dessa simbiose entre os fungos e as plantas. De fato, as teorias modernas da evolução dizem que seria impossível que as plantas existissem como as conhecemos hoje sem os fungos.

No passado, quando elas passaram do ambiente aquático para o terrestre, os fungos serviram como as “primeiras raízes”, permitindo que elas sobrevivessem no novo ambiente. Esse tipo de simbiose existe ainda hoje, sendo tão ampla que cerca de 90% das espécies de plantas ainda têm uma conexão intrínseca com os fungos, no que os cientistas chamam de “relações micorrízicas”.

Pensando no setor agrícola, preservar essas relações simbióticas pode trazer um ganho enorme em qualidade e produtividade para as lavouras.

Os benefícios dos fungos para as plantas

A simbiose entre plantas e fungos traz benefícios para ambas as partes. Os fungos ganham um ambiente para se desenvolver e sobreviver, enquanto as plantas têm melhora no acesso a nutrientes, bem como um solo mais saudável para o desenvolvimento das suas raízes.

Isso porque os fungos têm um papel importante em processos como a decomposição da matéria orgânica, permitindo que os nutrientes sejam devolvidos ao solo, tornando-o mais rico e fértil.

Estudos como o artigo Potassium Solubilizing Microbes: Diversity, Ecological Significances and Biotechnological Applications, escrito por Dheeraj Pandey e outros pesquisadores da Universidade de Alahabad, na Índia mostram que os fungos e outros microrganismos do solo ajudam a disponibilizar importantes nutrientes, como o potássio, para as plantas.

Entretanto, as práticas agrícolas muitas vezes podem desconsiderar esse relevante papel dos fungos no ciclo produtivo do solo ou vê-los como inimigos de maneira geral. É o que observa o Dr. Sheldrake:

“A agricultura industrial moderna se desenvolveu sem considerar a vida do solo. Mais do que isso, poderia dizer-se que ela se desenvolveu sem considerar a vida dos humanos que dependem dela. É um projeto corporativo industrial massivo que tem suas prioridades no lugar errado, e está nos levando a essa situação desastrosa.”

Por isso, é preciso repensar a maneira como se faz a agricultura. Ela precisa levar em consideração não somente a produção em altas quantidades, mas também a qualidade dos alimentos.

Para isso, é necessário enxergar o solo e o seu bioma, que inclui os fungos como os que fazem parte das micorrizas, na hora de planejar estratégias de manejo, sejam de nutrição, sejam de combate a pragas, doenças ou outros tipos de estresses que afetam a lavoura.

Como os fungos podem ajudar a resolver problemas ambientais

Além de seu uso na agricultura, os fungos também têm um papel na resolução de problemas ambientais, como o que fazer com resíduos poluentes. Merlin Sheldrake cita o exemplo de uma tecnologia desenvolvida na Califórnia, em que sacos cheios de palha e micélios são colocados próximos a locais onde ocorrem incêndios que liberam gases e resíduos tóxicos.

Os micélios, que são a parte vegetativa dos fungos, se ligam às  substâncias químicas que podem poluir a água e o solo, decompondo-as e ajudando a evitar que danos a esses importantes recursos aconteçam.

Outros estudos, como o artigo Carbon cycling by arbuscular mycorrhizal fungi in soil-plant systems, dos pesquisadores Yong-Guan Zhu e R. Michael Miller mostram o potencial das micorrizas arbusculares na fixação de carbono no solo. Isso ajuda a combater as mudanças climáticas que afetam o planeta.

A micologia ou micetologia, ou seja, o estudo dos fungos e seu papel na natureza tem sido auxiliada por avanços tecnológicos, como a capacidade de entender mais sobre o DNA, ajudando a compreender melhor as formas como esses microrganismos interagem no solo.

Com isso, é possível construir um futuro onde esses conhecimentos colaborem com uma agricultura mais sustentável, produtiva e rentável.

Utilizar tecnologias de nutrição adequadas ajuda a preservar os fungos do solo

Uma das formas de preservar os fungos e outros microrganismos do solo é utilizar tecnologias de nutrição que não sejam agressivas para essas formas de vida.

Isso é importante para que se mantenha a riqueza e a diversidade do microbioma, o que auxilia, por exemplo, no combate a patógenos que causam perdas produtivas. É o que explica Daniel Glat, Sócio e Diretor de Operações da SeedCorp HO:

As tecnologias da Verde, como o K Forte®, o BAKS, o K Forte Boro e o Silício Forte são feitas a partir do Siltito Glauconítico, matéria-prima livre de cloro. Isso evita os efeitos maléficos desse elemento no solo, que incluem o seu alto potencial biocida.

Enxergar o potencial dos fungos e outros microrganismos do solo, utilizando tecnologias de nutrição que mantenham a diversidade do microbioma do solo é a chave para ter mais produtividade, rentabilidade e sustentabilidade!

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