Descubra Quais São Os Benefícios Do Silício Para As Plantas De Acordo Com A Maior Autoridade No Assunto Fabrício Rodrigues - Beneficios Do Silicio Para Plantas 1

Descubra quais são os benefícios do silício para as plantas de acordo com a maior autoridade no assunto Fabrício Rodrigues

Integrar eficiência, resultados e redução de custos são as metas de um bom manejo do solo e da plantação. Para isso, é preciso que o produtor esteja atento aos conhecimentos e avanços científicos da área.

Nos últimos anos, a busca por formas mais eficientes, econômicas e menos danosas de lidar com as pragas e doenças das plantas tem sido uma das demandas do agronegócio. E o silício pode ser a chave para conseguir realizar isso.

Para falar sobre os benefícios do silício no combate aos patógenos causadores de doenças vegetais, o Dr. Fabrício Rodrigues, maior especialista no estudo do silício no manejo de pragas e doenças agrícolas, participou de um evento online gratuito.

A conversa ocorreu durante o evento “Encontro com Gigantes – Silício no manejo integrado das doenças de plantas”, promovido pela Verde, no dia 20 de maio de 2020.

O debate na íntegra pode ser visto aqui:

 

O silício é absorvido pelas plantas na forma de ácido monossilícico (H4SO4) e é considerado um nutriente benéfico e quase essencial para as plantas. A razão para isso é a dificuldade técnica das pesquisas dos seus efeitos nos processos biológicos vegetais, já que a sua abundância pode causar interferências nos experimentos.

Apesar disso, o Dr. Fabrício Rodrigues explica que diversos estudos comprovam que o silício tem um papel muito importante na resistência a estresses abióticos, como estresses hídricos, quanto no aumento das defesas naturais das plantas contra patógenos causadores de doenças.

Esses benefícios estão ligados, de maneira geral, à criação de barreiras físicas, causadas pela deposição do silício nos tecidos vegetais, e barreiras bioquímicas, ligadas ao estímulo de processos biológicos das plantas de resistência e combate à doenças e infecções.

Análises a nível molecular, por exemplo, demonstram que plantas tratadas com silício, há maior expressão de genes de resistência a infecções, bem como de enzimas como a peroxidase. “Em outras palavras, as plantas estão em sistema de alerta, elas não estão brincando, elas estão reagindo ao fungo”, disse o Dr. Fabrício, em referência a um estudo sobre infecções fúngicas combatidas pelo silício.

O Dr. Fabrício Rodrigues também falou sobre pesquisas a nível genético que identificaram que a presença do gene LSi1 está ligado a uma absorção mais ativa do silício por parte das plantas, contribuindo para que elas sejam menos suscetíveis a doenças e pragas, mas que existem linhagens que não têm a expressão desse gene:

“Nós queremos transformar uma linhagem que ela é suscetível a doenças, em desempenho, a uma linhagem que seja resistente. Isso é importante porque às vezes nós temos uma linhagem que é resistente, mas ela não é tão viável economicamente por outras questões para a agricultura quanto uma que é mais suscetível”, explica ele.

Outro ponto importante sobre o silício é que a sua absorção ocorre de maneira diferente, dependendo do tipo de planta. De modo geral, as monocotiledôneas, como arroz, cevada trigo e sorgo apresentam maior absorção e deslocamento do nutriente pelas partes das plantas. Já as dicotiledôneas, como café, tomate e batata, não translocam o silício.

O Dr. Fabrício explica que, mesmo sem o deslocamento do silício em dicotiledôneas, há benefícios, já que o elemento se acumula nas raízes e proporciona mais resistência a agentes presentes no solo, como nematoides. 

Além disso, ele também mencionou a importância de usar fontes de nutrição que contenham silício. Isso porque, mesmo com a abundância do silício na crosta terrestre, em muitos casos ele pode não estar disponibilizado para as plantas ou pode acontecer de solos mais antigos não terem a presença desse nutriente.

O Dr. Fabrício Rodrigues ainda ressaltou que o silício, além de não apresentar riscos de toxicidade para as plantas, também possui um papel importante no equilíbrio de outros nutrientes importantes no manejo vegetal:

“A literatura não tem relatos de toxidez de silício, então pode dar pra planta o quanto de silício ela quiser. E também não tem que ter preocupação com desbalanceamento de outros nutrientes, porque o silício tem um papel de equilibrar isso. Então o silício mais ajuda do que atrapalha”.

Fabrício de Ávila Rodrigues é professor associado do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Trabalhando na pesquisa dos mecanismos de defesa das plantas, a nível microscópico, bioquímico e molecular, quando infectadas por patógenos, o Prof. Dr. Fabrício investiga os efeitos da nutrição mineral nesses mecanismos, sendo um dos especialistas no estudo do silício na resistência das plantas às doenças.

Entre seus destaques acadêmicos, o Prof. Dr. Fabrício é um dos autores do livro Silicon and Plant Diseases, juntamente com o renomado Ph.D em Plant Pathology, Lawrence Datnoff.

Fabrício de Ávila Rodrigues é formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), tem mestrado em Fitopatologia pela UFV Ph.D em Plant Pathology pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.

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